Fundos de pensão em tempos de Selic reduzida

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O sócio especialista em Mercado de Capitais da SiqueiraCastro, Leonardo Cotta, publicou artigo, em O Estado de S. Paulo, sobre fundos de pensão em tempos de SELIC reduzida. No dia 18 de outubro, o Banco Central do Brasil anunciou a redução da taxa básica de juros da economia para 5,5%. De fato, o cenário político-econômico brasileiro atual é o da tentativa de reaquecimento da economia, com incentivo de diversos setores pelo Governo Federal.

Assim, o Banco Central busca estimular cada vez mais o mercado com a redução progressiva da SELIC, a qual ainda conta com uma projeção de redução para o patamar de 4,5% até o final deste ano.

Sobretudo, a redução da SELIC acarreta a diminuição de custos de captação dos bancos, com a consequente desoneração e ampliação das ofertas de empréstimo com juros mais baixos e, no cenário de investimentos, a renda fixa torna-se menos atrativa, o que força os investidores a diversificarem seus portfólios para a renda variável. É certo que há ainda grande valor na renda fixa, inclusive com a compra de títulos prefixados no curto prazo, entretanto, com a probabilidade de estabilidade da SELIC nos próximos anos, os investidores deverão buscar investimentos mais atrativos no médio e longo prazo, mesmo que para isso tenham que assumir maiores riscos.

O sócio da SiqueiraCastro discorre que, neste sentido, surge a necessidade de maior exposição de risco por parte das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), popularmente conhecidas como Fundos de Pensão. Com efeito, estas estruturas de investimento, justamente pela natureza do capital investido representado, exigem maiores precauções com relação ao nível de exposição a ativos de risco, sendo que as limitações de concentração em ativos representam o verdadeiro sistema de controle essencial à aplicação segura de recursos pelos EFPCs.

Banco Central do Brasil
Banco Central do Brasil

Ou seja, o presente momento revela a necessidade de que as EFPCs comecem a reestruturar seus portfólios, com a maior utilização dos seus limites de investimento em renda variável e nos segmentos de ativos estruturados e imobiliários, seguindo a análise do especialista da SiqueiraCastro.

Em conclusão, a necessidade de diversificação de portfólio pelas EFPCs, com o aumento de investimento em ativos de risco, é um consectário lógico do cenário político-econômico atual e remete ao dever de diligência na gestão destes fundos de pensão. Cotta, da SiqueiraCastro, finaliza afirmando que tal mudança não vai acontecer do dia para a noite e nem mesmo deve ser assim, pois, na medida em que as EFPCs que estão tão acostumadas com uma gestão conservadora, vão precisar de muita cautela na análise e estruturação interna de seus departamentos de investimento para abranger os novos tipos de investimento sem maiores preocupações.

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