Você sabia que, desde 2010, o dia 31 de março é considerado o Dia da Visibilidade Trans? Rachel Crandall, diretora da Transgender Michigan, criou a data há onze anos para celebrar as identidades trans e dar espaço e voz a esse grupo minoritário e extremamente diverso.
Decidimos nos adiantar para lembrar a transfobia à qual as pessoas trans são submetidas todos os dias. Infelizmente, a comunidade ainda sofre diversos tipos de violência – moral, física, psicológica, institucional – e a expectativa de vida da população transexual é de apenas 35 anos no Brasil.
Mas é importante, também, lembrarmos todos os dias que as pessoas trans conquistam seu próprio espaço na mídia, no mercado de trabalho e na política, e há muitos homens e mulheres transexuais para admirar e em quem podemos nos inspirar. Por isso, reunimos algumas dicas de pessoas cujo trabalho vale a pena conhecer, acompanhar e consumir, além de séries e documentários para compreender as vivências e as diversas identidades existentes.
MARIA CLARA ARAÚJO (@afrotranscendente): Maria Clara fez história como a primeira garota-propaganda trans do Brasil e foi peça fundamental na inclusão de políticas sobre o uso de nome social na Universidade Federal de Pernambuco, na qual entrou em 2015. Hoje, atua como assessora parlamentar da deputada Erica Malunguinho, na Assembleia Legislativa de São Paulo, escreve artigos e frequentemente dá palestras na qualidade de acadêmica da área de educação.
ERIKA HILTON (@hilton_erika): Com apenas 27 anos, Erika Hilton se tornou a primeira mulher trans a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal de São Paulo, depois de ter atuado como codeputada na ALESP pela Bancada Ativista do PSOL em 2018.
LAERTE COUTINHO: a cartunista e chargista se tornou conhecida ainda na década de 1970 por seus trabalhos provocativos e criativos. Ela já tinha mais de 60 anos e a carreira consolidada quando, em 2010, tornou pública sua transição de gênero. Ainda hoje com quase 70 anos, continua sua produção artística e, em 2017, participou do documentário Laerte-se, sobre sua vida e carreira.
LINIKER (@linikeroficial): a cantora nascida em Araraquara em 1995 é dona de uma voz poderosa, influenciada pelos estilos soul, jazz e samba. Ela também é poeta e escreve as letras de suas músicas, cujos arranjos e timbres são frequentemente comparados aos de Tim Maia.
ELLIOT PAGE (@TheElliotPage): Elliot ficou conhecido por sua atuação em filmes como Juno e a Origem, gravados antes do início de sua transição de gênero. Em dezembro de 2020, o ator e produtor anunciou ser um homem transexual, e se tornou o primeiro homem trans a aparecer na capa da revista Time.
Série Pose: O premiado seriado, que tem como uma de suas produtoras a mulher trans Janet Mock, retrata a vida da comunidade de negros e latinos LGBTQ+ em Nova York, no final da década de 1980 e início da década de 1990. A história trata de temas relevantes como a transfobia e o vírus HIV, misturando drama com toques de humor e música, além de reunir o maior elenco transexual em um seriado, incluindo pessoas trans não-binárias, como Indya Moore.
Leia também: Filmes e séries com protagonismo negro e para refletir sobre representatividade
Série Todxs Nós: Em terras brasileiras, a HBO disponibilizou em março de 2020, o seriado Todxs Nós que acompanha a vida de Rafa, pessoa trans não-binária que deixa sua família no interior para morar em São Paulo com seu primo que, embora seja gay e portanto parte da comunidade LGBTQ+, não entende facilmente sua identidade de gênero.
Fontes:
https://www.cartacapital.com.br/author/maria-clara-araujo/
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa640291/liniker
https://transstudent.org/tdov/
https://transgriot.blogspot.com/2010/02/whats-transgender-day-of-visibility.html
https://www.omelete.com.br/series-tv/todxs-nos-primeiras-impressoes