No cenário do futebol brasileiro, onde marcas e identidades são parte intrínseca da cultura dos clubes, uma disputa recente envolvendo o Flamengo e a Rede Globo tem atraído a atenção. O objeto de controvérsia é o registro da marca “O Mais Querido”, título popularmente associado ao maior clube de futebol carioca.
O Flamengo, um dos clubes de futebol mais populares do Brasil, é amplamente conhecido por seus milhões de torcedores, que frequentemente se referem ao time como “O Mais Querido”. A expressão se consolidou ao longo dos anos como sinônimo da paixão e do vínculo emocional entre o clube e seus fãs. Consciente do valor dessa identidade, o Flamengo busca proteger a marca por meio de seu registro no INPI.
Entretanto, a Globo, maior rede de televisão do país e tradicional parceira do clube em transmissões esportivas, também reivindica o uso da expressão. A emissora, que tem direitos exclusivos de transmissão dos jogos do Flamengo, utiliza “O Mais Querido” em suas campanhas e materiais publicitários, associando a marca ao próprio canal. Esse uso constante despertou o interesse da Globo em assegurar o registro, o que desencadeou a disputa com o clube carioca.
Agora, cabe analisar quem, de fato, possui legitimidade para o registro da marca. Para o Flamengo, o uso da expressão está intrinsecamente ligado à sua história e ao seu reconhecimento popular. Já a Globo, por sua vez, argumenta que o uso comercial da marca em suas transmissões justifica seu direito ao registro.
A disputa levanta questões sobre os limites da propriedade intelectual e os desafios em torno do registro de marcas que possuem um valor “simbólico” tão forte. O caso pode estabelecer um precedente para outros clubes e empresas que desejam registrar marcas com características semelhantes, onde a linha entre o que é propriedade de uma instituição e o que faz parte do domínio público se torna tênue.