Filmes e séries com protagonismo negro e para refletir sobre representatividade

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Nesta semana, o Comitê da Diversidade criou diversos conteúdos voltados para o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribe, que é celebrado neste sábado (25 de julho). Perdeu os nossos posts? Clique aqui e veja em nosso feed os depoimentos e ensinamentos de mulheres maravilhosas. Mas preparamos outro conteúdo especial. Você sabia que, de acordo com a Ancine (Agência Nacional de Cinema), dos 142 filmes brasileiros lançados em 2016, apenas 2,1% deles tiveram homens negros na direção e 0% de mulheres negras?

Hannah Beachler foi a primeira mulher negra a ser indicada ao Oscar na categoria de design de produção, pelo seu trabalho em Pantera Negra, da Marvel – e venceu. Na frente das câmeras, os números também não são otimistas: em 92 anos de premiação, apenas nove mulheres negras receberam a estatueta nas categorias de melhor atriz e melhor atriz coadjuvante.

Prepare a pipoca e o chocolate, pois separamos cinco séries com protagonismo negro para ver na Netflix, além de oito filmes para refletir sobre representatividade.

Séries

Dear White People – 2014 – Uma das séries mais comentadas da Netflix é inspirada no livro e no filme de mesmo nome, de autoria de Justin Simien. A história se passa em uma das faculdades Ivy League dos EUA, depois de pessoas brancas se vestirem de personalidades negras para uma festa a fantasia. A ótima protagonista, Samantha White (Logan Browning), denuncia os casos de racismo e machismo no seu programa de rádio da universidade. Ao lado de outros amigos negros, ela luta por uma convivência melhor no campus. A série usa ironia para tratar de um assunto sério, trazendo elementos de comédia ao drama. A fotografia e o figurino são excelentes pontos da produção.

Parte do elenco de Dear White People. Crédito: Netflix

Greenleaf – 2016 – Polêmica série da Oprah Winfrey Network, Greenleaf (com apenas duas temporadas) fala sobre ganância, adultério e outros dramas de membros de uma igreja evangélica nos Estados Unidos. Com elenco de peso – Keith David, Lynn Whitfield, Merle Dandridge, Desiree Ross e Oprah Winfrey –, a série estreou no Festival de Tribeca em 2016.

She’s Gotta Have It – 2017 – Essa série é baseada no filme homônimo do premiado diretor Spike Lee, lançado em 1986. Os episódios de 30 minutos foram todos dirigidos por Lee, o que deixa a série ainda mais incrível e com a identidade do criador. Nola Darling (DeWanda Wise) é uma artista que mantém um relacionamento aberto com três homens e busca sua liberdade criativa e como mulher. É uma série forte, mas bem-humorada.

How to Get Away with Murder – 2014 – Série policial da ABC, criada por Peter Nowalk com produção executiva de Shonda Rhimes (Produtora de Grey’s Anatomy e Scandal), gira em torno da famosa professora e advogada Annalise Keating (Viola Davis), e seus melhores alunos de direito criminal. A convivência extremamente próxima deles faz com que segredos tomem conta de suas vidas, o que pode (ou não) ser um grande problema para a formação dos alunos. Ela tem a clássica estrutura de novela, com episódios que terminam no ápice do drama, mas é quase impossível parar de ver.

A vida e a História de Madam C.J. Walker – 2020 – História real do começo do século 20, nos Estados Unidos, que mostra uma das primeiras milionárias negras num país pós-escravidão. Ela reforça a importância cada vez maior de narrativas sobre diversidade, mobilidade social e que questionem o racismo.

Madam C.J. Walker, interpretada pela sempre incrível Octavia Spencer. Crédito: Netflix

Filmes

Estrelas Além do Tempo – 2016 – Todo mundo lembra do americano Neil Armstrong sendo o primeiro homem a pisar na Lua. Mas “Estrelas Além do Tempo” conta a história de três mulheres negras que tiveram um papel importantíssimo nessa conquista. Janelle Monáe, Octavia Spencer e Taraji P. Henson interpretam as três matemáticas e engenheiras Mary Jackson, Dorothy Vaughan e Katherine Johnson que trabalharam na NASA durante a corrida espacial.

Se a Rua Beale Falasse – 2018 – Lançado em 2018 e premiado com um Oscar de atriz coadjuvante graças à atuação de Regina King, “Se a Rua Beale Falasse” se passa nos anos 70 e conta a história de Tish (Kiki Layne), que busca a liberdade do amor de sua vida, Fonny, preso injustamente e sem nenhuma prova, antes de Tish dar à luz o primeiro filho do casal. Esse é mais um dos filmes inspirados na literatura – este foi baseado no livro homônimo de James Baldwin.

Se a Rua Beale Falasse. Crédito: Divulgação

A Cor Púrpura – 1984 – Considerado um dos clássicos do cinema, “A Cor Púrpura” recebeu 11 indicações ao Oscar em 1985 e conta a história de Celie, uma jovem negra de 14 anos que vive na Georgia, EUA, em 1902. Violentada pelo pai, ela foi separada dos filhos e entregue como esposa ao Albert, interpretado por Danny Glover, que também dá a ela uma vida difícil e cheia de maus tratos. Também é um dos filmes inspirados na literatura. Este é originado da obra homônima escrita por Alice Walker.

Preciosa – 2009 – Gabourey Sidibe interpretou em 2009 o papel emocionante de Claireece Jones, uma adolescente negra e gorda de 16 anos nos anos 80. Conhecida por Preciosa, teve uma infância traumática em que sofreu abusos sexuais constantes pelo pai, fazendo ela engravidar de dois filhos, além de sofrer abusos físicos e mentais por parte da mãe.

Lionheart – 2018 – Adaeze Obiagu, uma mulher que enxerga seu destino liderando a grande empresa do seu pai e é vista como um modelo feminino de sucesso numa sociedade ainda tão machista. Quando o pai dela adoece, a protagonista se frustra ao ver que a liderança foi passada ao tio, suspeitando que foi deixada de lado por ser mulher.

Confirmação – 2016 – Baseado em fatos reais – Anita Hill, advogada e professora que em 1991 acusou o candidato ao Supremo Tribunal Federal doa EUA, Clarence Thomas, de ter assediado ela sexualmente. O caso vira um grande escândalo no país e Anita Hill coloca sua reputação em risco para fazer justiça contra uma poderosa figura política. A protagonista é acusada de mentirosa, perseguida pela mídia e constantemente colocada em grandes conspirações políticas. É um desses filmes que te faz refletir.

Antônia – Nacional – 2006 – interpretado por Negra Li, Leilah Moreno, Quelynah e Cindy Mendes. Quatro jovens negras da periferia querem ir contra qualquer expectativa sobre elas na sociedade montando um grupo de rap. Elas precisam lidar com o machismo, preconceito racial e a violência dominante no meio onde moram.

Antônia. Crédito: Divulgação

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O Ódio que Você Semeia – 2018 – Starr Carter (Amandla Stenberg) vive dois mundos: ela é uma jovem negra estudando num colégio de elite cheio de brancos, mas não abandona seus amigos e suas origens e continua frequentando festas do gueto no final de semana. Porém, ela vê seu melhor amigo assassinado por um policial branco na sua frente e é a única pessoa que pode depor contra o policial.