O Banco Central traz a público minutas de normas sobre o capital estrangeiro no País, operações de crédito externo e investimento direto, como resultado das avaliações e discussões oriundas da Consulta Pública nº 91 (CP 91), realizada entre 19 de julho e 2 de setembro deste ano. As minutas serão avaliadas e deliberadas pelo BC no dia 31 de dezembro de 2022, data da entrada em vigor da Lei nº 14.286, de 2021.
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As minutas de resoluções do Banco Central divulgadas hoje sobre as operações de capital estrangeiro no País propiciam o aumento de eficiência para o mercado e a facilitação dos investimentos estrangeiros no País, com benefícios diretos aos cidadãos e às empresas, que passarão a ser realizados com menor grau de burocracia e com maior aderência aos melhores padrões internacionais.
Primando pela maior segurança e transparência do processo, assim como pela clareza aos usuários, optou-se pelo escalonamento na implementação das modificações resultantes da CP 91. Assim, além da proposta normativa original, está sendo divulgada também uma minuta de norma de disposições transitórias, o que possibilita uma transição mais adequada das regras atuais para a futura regulamentação.
A fim de antecipar a divulgação para o público, o BC enumera as principais mudanças em relação ao texto original da CP 91:
- aperfeiçoamento na definição de crédito externo;
- aprimoramento na definição de investimento estrangeiro direto, para maior clareza, eliminando-se a lista de formas de realização do investimento estrangeiro direto;
- alteração do conceito de pessoa receptora para receptor permitindo maior abrangência conceitual; e
- inclusão do aspecto operacional quanto à forma de autorizar uma instituição a ser mandatária nas operações de crédito externo e investimento estrangeiro direto.
As minutas divulgadas hoje contemplam, ainda, proposições constantes no texto da CP 91, tais como:
- regras mais simples e concisas, com exclusão de requerimentos não mais necessários;
- prestação de informações ao BC relativas a crédito externo e a investimento estrangeiro direto apenas para um conjunto limitado de operações, considerando critérios de proporcionalidade em função dos valores, das características e das finalidades das operações;
- fim da exigência da prestação de informações ao BCB de contratos entre residentes e não residentes referentes ao uso ou cessão de patentes, de marcas de indústria ou de comércio, fornecimento de tecnologia, bem como os relacionados a prestação de serviços técnicos e assemelhados, arrendamento mercantil operacional externo, aluguel e afretamento; e
- fim da restrição a remessas ao exterior para pagamentos de principal e juros nas operações de crédito externo em que não houver ingresso de recursos no País, ao mesmo tempo em que passa a ser requisitada a prestação de informações a respeito das operações de crédito externo com recursos não ingressados, dentro de determinados critérios.
Cabe destacar que o fim da exigência de realização de operações simultâneas de câmbio para conversões e transferências de capital estrangeiro, conferências internacionais de ações e repactuações e assunções de operações de crédito externo passará a valer em 1º de novembro de 2023.
Em 2023 será realizada revisão da regulamentação relacionada a investimentos estrangeiros nos mercados financeiros e de capitais.
Acesse as minutas de resolução BCB resultantes do ECP 91/2022: Disposições Transitórias Capital Estrangeiro – Crédito Externo e IED; e Capital Estrangeiro – Crédito Externo e IED.
Fonte: BACEN