A disputa entre Chanel x WGACA 

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Nos últimos dias, muito se falou sobre a disputa entre a marca francesa Chanel contra o brechó norte americano What Goes Around Comes Around (WGACA), o que gerou preocupação para os brechós no mundo todo. 

O processo ingressado em 2018, em trâmite perante o Tribunal Federal de Nova York, nos Estados Unidos, e após quase um mês de julgamento o júri decidiu por unanimidade a favor da Chanel nos quatro requerimentos: Violação de marca, falsa associação, concorrência desleal e publicidade enganosa. A próxima fase do julgamento avaliará os danos. 

Em síntese, a Chanel alegou que a WGACA vendeu produtos falsificados, sugeriu afiliação à grife francesa por meio da propagação do título “maior coleção de peças vintage da Chanel no mundo”, e levou o público a entender que a Chanel autorizou suas atividades. Isso gerou um enorme dissabor para a grife francesa, porque segundo apurações, o brechó não estava apenas desviando os clientes que potencialmente trocavam a visita na loja oficial pela visita ao brechó, como também houve apuração de que havia venda de produtos que não eram autenticados.  

A fala do advogado de defesa da Chanel1, gerou um alerta aos revendedores de segunda mão ao afirmar: “Para evitar os mesmos resultados que o WGACA, as plataformas de segunda mão terão de aumentar os seus esforços de autenticação e verificação, e rever mais cuidadosamente a utilização de marcas de terceiros nos seus materiais publicitários e campanhas sociais. Mesmo assim, existe o risco inerente de um revendedor de segunda mão vender, sem saber, produtos não autorizados”. 

Atualmente, no site da WGACA há um aviso expressamente se declarando não ser um revendedor oficial e se desvinculando das marcas revendidas “WHAT GOES AROUND COMES AROUND LLC, IS NOT AN AUTHORIZED RESELLER NOR AFFILIATED WITH ANY OF THE BRANDS WE SELL”.  

Este tema repercutiu com força no Brasil. Isso porque, há uma grande preocupação dos brechós em razão da precedência do caso. Em que pese o refinado cuidado em reconhecer as peças autênticas, a Chanel frisa que só ela garante a autenticidade de seus produtos. Com isso, os brechós terão de intensificar o processo de autenticidade, e consequentemente, o dispêndio de mais tempo e dinheiro para tanto. Sem dúvidas, o preço será repassado para os produtos. 

Em tempos de alta no mercado de second hand e tendência de consumo consciente, o cuidado merecer ser redobrado. Ações de concorrência desleal e a luta contra a falsificação é um compromisso assumido pelas grandes grifes, acertando no interesse em proteger os consumidores e manter a reputação da marca.