A importância da linguagem simples no mercado jurídico

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Quem você quer impactar quando escreve algo? Já pensou nisso? Quantas vezes você já marcou o “li e concordo” de algo sem ler? Quem será que escreveu aquilo tudo? Para que? Quantas vezes você leu um parágrafo de um manual e teve que voltar algumas linhas para ler tudo de novo?

O jurídico normalmente traz textos longos e corridos, difícil de interpretar se você também não é da área ou está habituado. Isso pode trazer a sensação de que alguém tentando tirar vantagem de alguém.

O mundo já experimenta faz um tempo o exercício de para e pensar: Quem vai ler isso? Quem eu quero impactar? O que eu quero com essa “mensagem”? Qual a finalidade? Com esse exercício, por exemplo, contratos de trabalho começam a falar a língua dos contratados e todos sabem seus direitos e responsabilidades.  Bancos conseguem se comunicar com mais clareza com seus correntistas e hoje a gente faz tudo pelo celular.

No mundo jurídico esse movimento tem sido bem recebido pelo judiciário. Diversos juízes do Brasil já se manifestaram em despachos a respeito de petições longas e repetitivas, pedindo que as empresas e escritórios fiquem atentos e usem ferramentas para contribuir com uma melhor comunicação.

Com uma comunicação rápida, direta e compartilhável (para quem entende o juridiquês ou não) pode-se evitar processos longos e caros.

Por aqui vamos trazer artigos e pílulas de conhecimento a respeito desse movimento. Sem muitos nós amarrados, o intuito é compartilhar para sermos mais eficientes aos nossos clientes. Um olhar em conjunto sobre uma situação que observamos sozinhos e constantemente pode ser um portal para o novo.

Você já ouviu falar sobre a linguagem simples? É uma técnica de comunicação que tem como função deixar textos escritos mais fáceis de serem entendidos. Esse conceito surgiu na década de 40 e cá estamos nós.

Deixar mais fácil de ser entendido não significa ser simplório ou raso, mas conciso e eficiente.

Num primeiro momento você pode estar se questionando se a nossa mensagem como escritório deve seguir essa linha pois ela vai para o judiciário. Mas aqui vai alguns lembretes: as vezes o juiz não conhece o negócio do nosso cliente; não tem tempo de ler o contrato que você anexou; ou não consegue entender as telas de sistemas que colocamos nas petições.

A gente precisa explicar o que o juiz precisa entender.

Vamos com um exemplo? Se nosso cliente é uma empresa que fornece máquinas de cartão (aquela que você passa o cartão de débito ou crédito quando faz uma compra) e o consumidor usa a máquina para fazer “pequenos empréstimos” como forma de conseguir ganhar dinheiro. Nesse caso a empresa recebe um alerta de movimentação não condizendo com o contrato do serviço e bloqueia todo o dinheiro de vendas feitas com o uso correto da maquininha. Se o juiz não entender do negócio da empresa ele pode achar que o bloqueio foi indevido, concorda? E será que precisa anexar somente o contrato ou precisa falar brevemente sobre as cláusulas que indicam o serviço? Não fica mais claro se você sinalizar na petição as consequências constantes no contrato se for usado de forma diversa? Quem saber escrever sobre essa célula que analisa as movimentações estranhas?  Podemos eliminar esses termos técnicos? Será que os parágrafos não estão muito grandes?

Lembre-se que, não se trata da capacidade da pessoa de entender ou não, mas de ser mais objetivo e certeiro.

Percebe como pode ajudar na compreensão do juiz e contribuir com um resultado positivo para nosso cliente?

Esse exercício pode ser feito sempre, com todas as comunicações que fazemos no nosso dia a dia. Será que a gente levou o juridiquês ao extremo?