Em 1991, um grupo de artistas visuais situados em Nova York adotou o laço vermelho como símbolo de conscientização e solidariedade às vítimas da AIDS e seus familiares. A simplicidade da figura, que consistia em uma fita vermelha de 6 centímetros dobrada em “v” na sua metade, buscava trazer a público questões sobre o enfrentamento daquela epidemia por meio da intervenção visual.
Num cenário de crescente preconceito, alimentado por desinformação quanto aos meios de contágio e estigmatização dos grupos sociais mais afetados (homossexuais, negros, profissionais do sexo, pessoas viciadas em drogas injetáveis), o descaso público em aceitar a epidemia de AIDS como um problema social levou à taxa de 10 milhões de pessoas identificadas como contaminadas em todo o mundo.
Há 20 anos, no dia 1º de dezembro, o laço vermelho nos convida a revisitar a situação do combate à AIDS e a estigmatização que, por vezes, o próprio portador e, especialmente, a sociedade replicam desse local comum de desinformação.
No Brasil, já é possível o acesso pelo Sistema-Único de Saúde a formas de prevenção a contração (PREP), profilaxia pós-exposição (PEP) e tratamento pós contração do vírus (com redução de transmissibilidade do vírus a zero), para cidadãos brasileiros e estrangeiros, sem qualquer custo associado.
Se, em 1991, o laço era distribuído no velório da estrela atemporal Freddie Mercury, hoje eles nos lembra que a medicina avança a passos largos e só nos resta o combate à ignorância.
Escrito pelo advogado Victor Labate.